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feiras

QUE FEIRAS

SÃO ESSAS?

Quem vive em São Paulo não pode jamais dizer que não há nada para fazer nos fins de semana. Em cada cantinho da cidade, há escondida uma programação cultural diferente: exposições, exibições de filmes, peças de teatro, apresentações musicais, oficinas e agora, mais do que nunca, feirinhas, bazares e mercados para todos os gostos. Depois do boom das feiras de comida de rua, em meados de 2014, marcadas pela então inovadora e intensa presença dos food trucks, agora é a vez das chamadas feiras de economia criativa e consumo consciente.

Fenômeno que tem ganhado força nos últimos anos, tais feiras valorizam o trabalho criativo de pequenos produtores que, por sua vez, procuram realizar seus processos manualmente e sempre em pequena escala. No movimento, também tem destaque o conceito de consumo consciente, que preza por itens elaborados de modo sustentável, com matérias-primas naturais, e que podem ser descartados de forma menos prejudicial ao meio ambiente.

A tais ideais une-se a intenção de ocupar a cidade e, como resultado, temos dezenas de feiras espalhadas por ruas, praças, centro culturais, museus e restaurantes de São Paulo. Elas acontecem, em sua maioria, nos fins de semana, sempre com entrada gratuita e, a tiracolo, promovem uma série de outras atividades: shows, oficinas, programações voltadas às crianças, entre outras.

POR QUÊ?

Para conhecer melhor as feiras de nicho aqui exploradas, bem como saber quando e onde elas acontecem, é preciso estar por dentro das redes sociais. No geral, as feiras se comunicam e divulgam seus eventos através do Facebook e do Instagram – poucas são aquelas que possuem um site, por exemplo. Nessas duas redes, a imagem se revela um recurso comunicacional de peso, estimulado por diversas hashtags que reafirmam os pilares que estruturam as feiras: a criatividade, o pequeno produtor, o feito à mão e o consumo consciente. A nuvem a seguir reúne as hashtags mais utilizadas em posts de Instagram de janeiro a outubro de 2018 por 30 feiras, bazares e mercados que se encaixam no movimento.

porquê
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Nos perfis, as tags por vezes se diferenciam de acordo com o direcionamento de cada evento. A Feira Jardim Secreto, por exemplo, se manifesta com maior ênfase a favor da ocupação da cidade, a Feira na Rosenbaum destaca o produto fruto do design brasileiro e a feira Mixtura Criativa focaliza os conceitos de artesanal e autoral. Na galeria abaixo, clique na seta à direita e veja alguns posts.

quando

SURGIRAM?

Os conceitos de economia criativa e consumo consciente não são exatamente recentes. O pesquisador inglês John Howkins foi um dos primeiros a definir o que era e como funcionava a economia criativa. Tais ideias estão em seu livro Economia Criativa – Como Ganhar Dinheiro com Ideias Criativas (The Creative Economy: How People Make Money from Ideas), publicado pela primeira vez em 2001. A definição de consumo consciente, por sua vez, é mais antiga. A preocupação por uma forma mais sustentável de comprar e consumir se desenvolveu com mais intensidade a partir da segunda metade do século 20. Foi nas décadas de 80 e 90, porém, que ganhou maior destaque, graças a uma série de eventos e debates políticos no mundo todo em prol da questão ambiental. Foi no ano de 1995 que a Organização das Nações Unidas (ONU) defendeu a proposta de consumo consciente, exigindo profundas mudanças no sistema produtivo.

 

As feiras de economia criativa e de consumo consciente como as entendemos tem uma história um pouco mais contemporânea. No Brasil, tais eventos têm ocorrido com mais expressividade e frequência há cerca de dez anos, com maior ênfase nos últimos cinco anos. O gráfico abaixo reúne as datas das primeiras edições de algumas das feiras que têm ocorrido pela cidade de São Paulo:

surgimento
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onde

onde

acontecem?

A ideia de criatividade entendida como uma possibilidade econômica ainda engatinha no Brasil. Segundo estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em 2013, a economia criativa representa entre 1,2% e 2% do PIB Brasileiro. Dos trabalhadores que representam esse valor, a maior parte está concentrada na cidade de São Paulo – são 80 mil trabalhadores criativos, enquanto outras cidades como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Brasília e Campo Grande empregam mais de 10 mil pessoas no setor cada. Em outras palavras, é nas grandes aglomerações que se concentram os tão diversos empregos criativos – e, entre eles, o trabalho de criação dos produtos e atividades que sustentam as feiras de economia criativa e consumo consciente.  

 

Se São Paulo é uma das moradas da economia criativa brasileira e, portanto, de feirinhas, bazares e mercados desse nicho, falta entender: onde é que tais eventos ocorrem? No mapa abaixo, navegue pelas localizações onde aconteceram 42 feiras. As localizações estão divididas por cor, representando as principais zonas da cidade – Sul (vermelho), Leste (verde), Oeste (azul) e Centro (laranja) –, com exceção da região Norte, onde nenhuma das feiras pesquisadas teve edições localizadas ali.

pelos pontos turísticos
e culturais de sp

foto: Feira Sabor Nacional

Da esquerda para a direita: Feira Jardim Secreto, na Praça Dom Orione, no bairro do Bixiga; Bazar Flor Café, no Estádio do Pacaembu; Fair&Sale, na Praça Cidade Milão; Feira na Rosenbaum, na Unibes Cultural; Mercado Manual, na Pinacoteca do Estado de São Paulo; Mercado Buenos Artes, na Praça Dom José Gaspar; Feira Las Plantas, no Instituto Cervantes de São Paulo, na Avenida Paulista, durante o evento Paulista Cultural; Feira das Ideias no Museu da Imagem e do Som; e Feira Sabor Nacional, no Museu da Casa Brasileira.

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